Mensagens Pastorais
Ensino e evangelismo para a sua vida
Eleições
Em período de eleições, durante o horário eleitoral gratuito, ouvimos muitas promessas dos candidatos. Ouvimos muitas declarações de capacidade e poder para “a realização dos desejos dos eleitores”. Creio que tanto os candidatos como nós mesmos precisamos lembrar da sugestão do apóstolo Paulo: "... não pense de si mesmo além do que convém..." (Romanos 12.3). Um dos aspectos tristes desta confusão com relação à questão do poder é que somos tentados a pensar que as pessoas (governantes, líderes) são a fonte de solução dos nossos problemas. Pilatos pensava que tinha um tremendo poder! Muitos líderes, antes de Pilatos e muitos outros, depois dele, aprenderam a verdade de maneira muito dolorosa. Nabucodonozor, líder do Império Romano, por exemplo, estava caminhando no telhado de seu palácio quando disse: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder, e para glória da minha majestade?" (Daniel 4.30). Veja o resultado de sua pretensão em Daniel 4.31ss. O caso de Herodes não foi diferente (Atos 12.20-23). Jesus não deixou a atitude orgulhosa e pretenciosa de Pilatos sem resposta. Ele respondeu: "Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada..." (João 19.11). Jesus, assim como os primeiros discípulos, mesmo em meio a crises, perseguições e dificuldades, insistiu em reconhecer Deus como a única fonte da verdadeira autoridade, do verdadeiro poder e da verdadeira benção. Nós somos desafiados a fazer o mesmo! Que o Espírito do Cristo Ressurreto nos dê discernimento nesse tempo de expectativa. Bispo João Carlos
disponível em: http://metodista.com/uploads/contato_pastoral/64.pdf
Coisas Velhas e Coisas Novas
“Entendestes todas estas coisas? Responderam-lhe: Sim! Então lhes disse: Por isso, todo escriba versado no reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas” (Mateus 13.51-52)
No mundo evangélico atual, vemos um crescente desprezo pela história; pela tradição; pelas “coisas velhas”. Isso, porém, é um tremendo equívoco.
Em toda a história do povo de Deus, as “coisas antigas” são alicerces para as “coisas novas” que Deus faz no meio do seu povo. A verdade é que lendo o evangelho de Mateus com cuidado, perceberemos que o evangelista procura mostrar que Jesus estava profundamente enraizado nas tradições de Israel, sendo fiel a elas e cumprindo cada uma delas. Mas Jesus também trazia a novidade: o evangelho da graça (ver Isaías 61 e Lucas 4). No texto acima é como se Mateus estivesse dizendo: “eu estou fazendo exatamente isso. Estou tirando, do depósito de Deus, coisas novas e coisas velhas”. Olhando para esse verso podemos entender que o velho e o novo não se excluem mutuamente. Ambos são essenciais para a vida e, em especial para a vida do crente.
Se olharmos apenas para o passado (para as coisas antigas) não seremos bons escribas (interpretes da lei de Deus). Se olharmos só para o futuro (para as coisas novas) não seremos bons escriba (interpretes da lei de Deus). De fato, o bom escriba está interessado em ambas as coisas: as antigas e as novas.
Cada uma das nossas igrejas deve ser um testemunho da herança deixada por pessoas que por ela passaram e serviram a Deus antes de nós e ao mesmo tempo deve ser um espaço que nos inspire e nos motive a continuar servindo a Deus em um tempo que é diferente e no qual Deus nos surpreende com novas formas de agir. Todo/a cristão/ã deveria ter em mente esses dois textos que demonstram como a lembrança das coisas antigas e a expectativa das coisas novas podem nos ajudar no presente: - “Quero trazer à memória o qu e pode dar esperança” - Lamentações 3.21 - (olhar para o passado); - “Eis que estou a fazer coisas novas na terra” - Isaías 43.19 (olhar para o futuro).
Bispo João Carlos
Escolhidos
“Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra” (Deuteronômio 7.6)
Originalmente esse texto estava falando sobre os filhos de Israel. Entretanto, em Romanos 11.17 nós lemos “Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira...” Por isso, sem qualquer sombra de dúvida, podemos aceitar como sendo para nós aquilo que o apóstolo Pedro afirmou em 1 Pedro 2.9: “vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
Escolhidos para que?
1 - Para sermos testemunhas: “para proclamar as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” “Eu te tirei do meio dos gentios aos quais agora te envio...” “Vós sóis as minhas testemunhas, diz o Senhor, o meu servo a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim nenhum Deus se formou, e depois de mim nenhum haverá”.
2 - Para darmos frutos: Há um serviço a ser realizado no Reino de Deus. E Jesus é específico: para que vades e deis frutos. Mais tarde Jesus vai dizer o tipo de fruto que ele espera de nós: “Indo, fazei discípulos...” Nesse sentido não há crente que não seja um discípulo e não há discípulo que não seja um “fazedor de discípulos”. Porém, há um preço a pagar por termos sido escolhidos: João 15.19: “Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”. E se há um preço a pagar, há também uma recompensa de termos sido escolhidos: Entendo que a recompensa vem em forma de duas garantias. Uma encontrada em Mateus 28: “Eis que estou convosco TODOS os dias...” e a outra encontrada em João 15.16: “tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá”.
Que Deus nos fortaleça para cumprirmos a missão para a qual fomos escolhidos. Tenha um abençoado mês de julho.
Bispo João Carlos
CRISTÃO ANÔNIMO?
"E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho." (Mateus 27.59)
Gosto muito de refletir sobre a atitude de Jose de Arimatéia, o homem que cuidou do sepultamento do corpo de Jesus. As Escrituras falam bem pouco a seu respeito, porém seu gesto é exemplar e rico em ensinamentos:
1- Ele era um homem influente na sua comunidade, materialmente rico, e também um discípulo de Jesus; fervoroso e responsável, fiel e zeloso, muito embora anônimo;
2 - Ele acompanhou os momentos finais da vida terrena de Jesus e no momento oportuno tomou a decisão de fazer algo em favor de seu mestre;
3 - Diante das circunstâncias ele decidiu agir e foi falar diretamente com Pilatos. Ninguém lhe pediu nem sugeriu coisa alguma; pelo contrário, ele sentiu no seu coração que devia fazer algo e o fez;
4 - Ele não teve uma ideia e mandou seus servos executarem; pelo contrário, foi pessoalmente acompanhar a retirada do corpo de Jesus da cruz e as demais providências relativas ao seu enterro;
5 - Ele deu-lhe um sepultamento da melhor qualidade, em todos os sentidos.
Muitos de nós temos, diariamente, inúmeras oportunidades de fazer algo de útil e de concreto em favor do Senhor Jesus, porém as desperdiçamos, porque muitas vezes um vergonhoso e inexplicável comodismo, nos torna cristãos omissos.
José serviu a Jesus com uma decisão, com atitudes e com seus bens materiais. Ele deu o melhor de si; ele foi coerente e digno. Será que eu e você não precisamos deixar de lado o anonimato e partir para a ação? Será que o nosso tempo, os nossos dons e os nossos recursos financeiros não estão sendo usados de forma errada? A resposta para essas perguntas só poderá vir do coração de cada um de nós.
Humberto C. Lago